Mortes por Covid aumentam entre jovens em Campos

Uma cepa com maior capacidade de transmissão, além de mais agressiva, o advento da variante P1 em Campos causou uma mudança de perfil nas vítimas da Covid-19 no município. Em janeiro deste ano, um levantamento da Subsecretaria de Vigilância Sanitária, Atenção Básica e Promoção da Saúde concluiu que os idosos acima de 60 anos respondia por mais de 50% das mortes pelo novo coronavírus. Em abril houve uma situação inversa: o percentual de óbitos de idosos não chegava nem a 20%, enquanto a grande maioria das mortes era de pessoas mais jovens até 40 anos. Muitos sem comorbidades. 

— Esta conclusão a que chegamos mostra que o jovem precisa ter muito cuidado. Portanto, não se aglomerem em festas clandestinas, aguardem mais um pouco porque essa guerra vai ser vencida pela vacinação, está provado isso. Enquanto esperam a vacinação, estejam em isolamento e mantenham o distanciamento. Se sair de casa use proteção com máscara e lave sempre as mãos com álcool  — apelou o subsecretário Charbel Kuri.

O epidemiologista lembrou que a P1 foi descoberta no Amazonas no início de janeiro e que acumula uma série de características. “Uma delas é a maior capacidade maior capacidade de transmissão; a outra é a sua capacidade de resistência anticorpos naturais e vacinais. Depois, passou a caracterizar-se por outra importante novidade: ela pega mais jovens também  levando grande demanda por oxigênio, o que levou aquela crise de oxigênio em Manaus. E tudo isso se disseminou por todo país, Campos não foi diferente”, declarou. 

O pesquisador e também virologista também lembrou que Campos saiu à frente ao adotar medidas especiais contra a nova variante. “De 14 a 21/03, houve um crescimento exponencial de casos, conseguimos prever a cepa com duas semanas de antecedência e disparamos o sistema de alerta, com medidas protetivas, antes mesmo que o Estado tomasse as suas decisões. Esperamos uma variação genômica, ela de fato aconteceu, o Estado fez uma análise e concluiu que 100% das análises era da variante P1”, avaliou.

Charbel reforçou o alerta afirmando que, embora os números da Covid-19 em Campos tenham entrado em etapa de estabilização, município ainda vive uma fase preocupante com a nova variante. 

 — Nós tivemos um período muito grave em demandas de leitos de UTI e internação. Entramos numa fase de redução de números por conta das medidas que tomamos e da campanha de vacinação. Agora estamos numa fase de estabilização, que chamamos de platô, com pequenas subidas e descidas na curva de números de casos, internações, mas ainda vai demorar para cair significativamente.  Portanto, não é o momento ainda de relaxar — enfatizou ainda.  (leia mais abaixo)

O diretor da Subsecretaria, Rodrigo Carneiro, frisou que a campanha de vacinação também levou a queda na taxa de óbitos de pessoas idosas, de 70%. “Tivemos também um impacto direto nas mortes e internações nesta faixa etária em comparação com janeiro e fevereiro”, disse.

Agora, as internações e mortes têm atingido os mais jovens. “Os pacientes internados agora são maioria de jovens. Os mais jovens tem menos medo e se expõem mais em constantes aglomerações e diante de uma fase da pandemia em que temos agora uma cepa mais agressiva. É preciso muito cuidado”, advertiu. 

Fonte: Campos 24h

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