Com aumento de 6,2% do salário mínimo, teto do INSS pode ir a R$ 6.832,45
A proposta de aumento do salário mínimo em 2022, elevando o o valor dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.169, vai impactar a vida de 50 milhões de pessoas no Brasil que ganham o piso nacional, entre elas 24 milhões são beneficiárias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além das aposentadorias, pensões e auxílios, o teto previdenciário também será reajustado: ele pode sair dos atuais R$ 6.433,57 para R$ 6.832,45.
O valor, R$ 69 maior que o salário mínimo atual, não prevê ganhos reais para os trabalhadores. Ou seja, essa alta de 6,2% não compensa a perda que o piso nacional teve com a inflação e o poder de compra vai continuar igual.
É importante destacar que esse reajuste só é concedido porque a Constituição determina uma revisão periódica para preservar o poder de compra dos assalariados. No entanto, mesmo com reajuste, o valor não repõe a perda dos aposentados.
— A falta de aumento real reflete a penúria de todos os brasileiros e brasileiras. Aos aposentados e pensionistas sempre sobra o sustento da família em época de crise e desemprego. Não vemos o mesmo tratamento dado aos altos escalões do governo que não só vivem com altos salários, mas também com aumentos salariais dignos de países de primeiro mundo — critica Tonia Galleti, do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).
Para Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações de Aposentados do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj), o descaso das autoridades é lastimável.
— Os menos favorecidos no Brasil não tem representantes, não tem voz. O nosso povo é massacrado dia após dia — lamenta.
— Infelizmente estamos vivendo um periodo muito cruel com os trabalhadores. Retirar salários é um projeto deste governo. Esse mínimo é um salário de fome e causa vergonha em todos nós.
— É uma covardia muito grande este aumento que corresponde a R$ 2,30 por dia. O que pode comprar uma familia com dois filhos? Quatro pãezinhos? — questiona Yedda.
Política de ganho real acabou em 2020
O salário mínimo está sem uma política de ganho real desde 2020, quando passou a ser reajustado apenas pela inflação, para não perder poder de compra, como determina a Constituição.
No entanto, de 2007 a 2019, nos governos Lula e Dilma, a lei garantia que o piso nacional tivesse aumento acima da inflação sempre que houvesse crescimento econômico.
Essa fórmula de cálculo levava em conta a inflação do ano anterior, medida pelo INPC, mais o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Sem essa lei, o governo Jair Bolsonaro decidiu apenas repor as perdas.
— Desde o governo Temer (2016) ficou clara que a ideia é desconstruir a proteção social real ao povo brasileiro — critica Tonia.
Fonte: Extra Online